Recém-chegado, o Chevrolet enfrenta o Fiat Dualogic e o VW i-Motion
Por Por Ulisses Cavalcante | fotos: Marco de Bari | 08/10/2012

Os brasileiros estão descobrindo a transmissão automática. Ela equipa boa parte dos carros com preço acima de 60000 reais, mas começa a minguar quando o limite é reduzido. Abaixo da fronteira dos 50 000 reais, a realidade é oposta: apenas 1,5% desses veículos vendidos em 2011 estavam equipados com esse tipo de caixa, de acordo com dados da GM, mas a marca crê que isso já começou a mudar.
O Cobalt 1.8 estreia a transmissão automática de seis marchas em um segmento dominado por câmbios manuais ou caixas automatizadas, nas quais um conjunto de atuadores eletro-hidráulicos aciona a embreagem, dando folga ao pé esquerdo. É nessa categoria que se encontram o Fiat Grand Siena e o VW Voyage, pois as duas marcas não oferecem caixas automáticas nessa categoria. A tecnologia custa menos que a transmissão do Chevrolet, mas seu funcionamento não é tão suave nas trocas. Fora esses, o Peugeot 207 Passion (46690 reais) e o Renault Logan (42230 reais) dispõem de caixa automática convencional, mas os franceses estão envelhecidos e não têm força para enfrentar os novos rivais.
Reunimos neste comparativo as versões topo de linha. De série, as três vêm com freios ABS, airbags, direção hidráulica e trio elétrico. A GM é mais clara ao definir seu preço e a lista de equipamentos. Por 49990 reais, vem de série com rodas de liga, ar-condicionado, faróis de neblina, rádio com USB e Bluetooth, comandos do som no volante e sensor de estacionamento. Além disso, oferece a maior garantia, de três anos, sem limite de quilometragem. Volks e Fiat têm preços bem inferiores, mas não caia no truque delas. Seus sites informam valores que não levam em conta itens importantes. No caso doVW, até o ar-condicionado é opcional.
O Fiat parte de 42770 reais. Para deixá-lo em condições de igualdade, é necessário acrescentar o som integrado com Bluetooth, retrovisores e vidros traseiros elétricos, sensor de estacionamento e volante com borboletas para as trocas de marcha. Os extras elevam o preço para 45 864 reais.
O Chevrolet ficou com a liderança neste comparativo, mas foi por pouco. Não fosse o apetite exagerado, o Cobalt se distanciaria mais do Siena, o segundo colocado, que se garantiu pelo bom equilíbrio entre preço, equipamentos e espaço interno.
Embora o Voyage tenha ficado por último, qualidades não lhe faltam, pelo contrário. Tem melhor motor, construção robusta e garante prazer ao dirigir. Ele anda bem, bebe pouco e seu câmbio é a referência entre os automatizados. Se espaço não é uma prioridade para você, está aí uma boa pedida. Apenas ele tem volante com ajuste de profundidade, bancos dianteiros envolventes e ajuste milimétrico no encosto e luz de direção com temporizador. O que mais pesa contra seus atributos é o preço elevado. A Volkswagen anuncia o sedã de forma convidativa, pedindo 43 490 reais pelo Comfort-line IMotion. Mas, para colocálo em igualdade de condições com os rivais aqui apresentados, é necessário acrescentar arcondicionado, sistema de som com controles no volante, ISystem, paddleshifts, sensor de estacionamento e faróis de neblina. E aí o valor sobe consideravelmente: 49 001 reais. Por esse valor, ficou atrás por não ser páreo para Cobalt e Grand Siena quando a briga se foca em conforto para família, espaço no bagageiro e sossego para o pé esquerdo. A vitória apertada do Cobalt e a pontuação próxima entre os rivais deixa claro que coração pode ter voz na hora da decisão, sem prejuízo da razão. Nem do bolso.
VEREDICTO
O Cobalt não é um bom exemplo de design, mas compensa o visual de patinho feio com fartura de espaço e uma generosa lista de equipamentos. Seu câmbio de seis marchas é melhor que o de carros mais caros, mas ele peca por beber demais. O Siena tem ótimo custo-benefício e não fica para trás. A chegada do câmbio Dualogic Plus deve melhorar seu comportamento. O Voyage é o mais agradável para dirigir.
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